O intestino humano possui aproximadamente 100 trilhões de bactérias, chamada microbiota intestinal, dentre as quais mais de 400 espécies diferentes vivem num delicado balanço. O desequilíbrio flora intestinal é chamado de disbiose intestinal.
Situações como alimentação inadequada, stress, envelhecimento, uso indiscriminado de alguns medicamentos, propiciam o quadro de disbiose intestinal. A presença de sinais e sintomas como alterações do ritmo intestinal, flatulência, eructação, acne, fadiga, falta de concentração e depressões podem estar relacionadas ao desequilíbrio da microbiota intestinal.
A prevenção e o tratamento nutricional tem o objetivo de manter o equilíbrio do organismo como um todo e consiste em reeducação alimentar. De forma geral deve-se evitar o alto consumo de alimentos como leite e derivados, carne vermelha, ovos, açúcar branco e alimentos processados. A alimentação deve consistir de alimentos que possuem FOS (frutooligossacarídeos), como cenoura crua, alho-poró, além de frutas e cereais. Os FOS estimulam seletivamente o crescimento de bactérias benéficas reduzindo as bactérias patogênicas do trato gastrintestinal.
A utilização de probióticos (microorganismos vivos, administrados em quantidades adequadas, que conferem benefícios a saúde) como leites fermentados e iogurtes especiais, também devem ser usados no tratamento. Os probióticos estimulam a multiplicação de bactérias benéficas reforçando os mecanismos naturais de defesa do organismo. As principais bactérias empregadas nos probióticos são as pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium. Alguns dos principais benefícios dos probióticos: controle da microbiota intestinal, estimulação do sistema imune, alívio da constipação, aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas.
Consumir fontes de fibra contribuem para o bom funcionamento intestinal.
Algumas opções são:
- Cereais integrais: aveia em flocos grossos, farelos, milho;
- Frutas frescas, com bagaço e casca quando possível: banana-d’água, laranja, mamão, maracujá, manga, tangerina, abacaxi, figo, melancia, melão, tamarindo, uva, kiwi, pêssego;
- Frutas secas: ameixa, damasco, banana, uva, abacaxi, mamão;
- Hortaliças com talos: folhosos, quiabo, cenoura crua, beterraba crua, jiló, repolho;
- Leguminosas: feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, vagem e soja em grão;
- Oleaginosas: linhaça, gergelim, castanhas em geral, azeitona;
- Alimentos integrais: pães, arroz, biscoitos, macarrão.
Beber chá é uma ótima estratégia
- Hortelã: antiparasitário, flatulência, dispepsia, erupção e má digestão, atividade antiespasmódica, aumenta a liberação de ácido clorídrico (HCl), aumento de fluxo da bile pela vesícula, efeitos antibacterianos, efeito antiviral e fungicida, efeito sobre liberação de histaminas.
- Gengibre: (antibacteriano, antiparasitário e antifúngico) – Estimula a secreção ácida gástrica, aumenta fluxo da bile pela vesícula, reduz a formação de gases, antiemético, hepatoprotetor, supressor de prostaglandinas, inibe agregação plaquetária.
- Funcho/Erva-doce: – aumenta produção de saliva, o movimento peristáltico e enzimas pancreáticas.
- Espinheira santa/Camomila/Sálvia interessante para recuperação de mucosa, reduzem a formação de gases.
Alimentos que devem ser evitados
- Açúcar;
- Carne vermelha;
- Café e alimentos contendo cafeína;
- Bebidas fermentadas;
- Leveduras (fermento, levedo de cerveja, vinagre);
- Maionese, catchup, molhos industrializados, molhos de saladas, frutos do mar, salsicha, linguiça, embutidos em geral, refrigerantes.